# O Coronavírus na África.

Muito se especula a respeito do Coronavírus na África; seja em função do grande aglomerado humano (1,2 bilhão de habitantes), seja pelo fato de ser um dos continentes mais pobres.

O custo de um aparelho respirador custa acima de 10 mil dólares e a internação de um paciente, nessas condições, não sai por menos de US$ 500 por dia.

A rede hospitalar já precária, sem condições de atender o acúmulo de novos e contagiantes pacientes, era de se prever então, uma calamidade pública, com milhares e milhares de mortes.

No entanto não é isso que está acontecendo na África. Veja alguns números (em 21.04.2020).

África contabiliza, neste momento, 25.855 casos notificados de Covid 19. O Egito passa a liderar a lista africana com o maior número de casos (3.490) e 264 mortes.

A África do Sul cai para o segundo do ranking, mas com um dado pertinente; 58 mortes num universo de 3.465 casos notificados.

Os países da África do Norte continuam a ser os mais afetados pela doença, tanto em número de casos notificados, como em número de mortes. Marrocos (3.377 casos e 149 mortes), Argélia (2.811 casos e 392 mortes), Tunísia (901 casos e 38 mortes).

Na África subsaariana, depois da África do Sul, o país com registo de mais casos tem sido Camarões com 1,163 casos divulgados e 43 mortes.
Na África Ocidental, Gana (1.154 casos e 9 mortes), Nigéria (782 casos e 25 mortes), Guiné Conacri (688 casos e seis mortes) Costa do Marfim (916 casos e 13 mortes) e Burkina Faso (600 casos 38 mortes) são os países com os maiores números de casos do novo coronavírus. Os demais países estão na casa das dezenas e poucas centenas de casos notificados.

Nos países africanos que falam o português, Cabo Verde lidera a lista com 73 casos notificados, e uma morte. A seguir está a Guiné Bissau com 50 casos (3 recuperados) e nenhuma morte, Moçambique com 39 casos e nenhuma morte, Angola com 24 casos e duas mortes.

São Tomé e Príncipe anunciou três casos de internamento pelo novo coronavírus. De referir que os primeiros quatro casos que testaram positivo no dia 6 de Abril num laboratório de Gabão, não foi depois confirmado por um laboratório da Guiné Equatorial. São Tomé passou entretanto a fazer testes no território.

Dados do site ditaduradoconsenso

O Senegal, que não aparece na listagem acima, registra poucos casos infectados e apenas três mortes relacionadas ao coronavírus. Os médicos do Senegal afirmam que desde os primeiros sintomas, o tratamento é a Hidroxicloroquina, que é um remédio barato e disponível em toda região africana.

Mas por que o número de casos é tão baixo na África? 

Um dos fatores que têm sido levado em consideração para explicar o baixo número de infectados e o baixo número de mortes, é exatamente o uso da quina, ou quinina.

A quina é extraída da casca de uma planta conhecida por “Quina”  (de nome científico Cinchona calisaya) largamente utilizada no combate à malária.

Na sequência da quina vieram a cloroquina e logo depois a hidroxicloroquina, primaquina, processadas em laboratório e de muito maior eficácia.

A alta incidência de malária, e o uso da quina no cotidiano das pessoas para combatê-la, na África, pode estar na raiz da resposta ao baixo índice de infecção e morte pelo coronavírus no continente africano.

Se você quer conhecer o sabor da quina, tome um pouco de água tônica. Aquele amargo característico da água tônica, provém da quina; água tônica de quinino. 

Mas não adianta tomar 50 litros de água tônica por dia. O que vai te livrar de contrair esse vírus são os cuidados básicos. Luvas (ou assemelhados) e máscaras, sempre que for à rua.

Altair Maia – Escritor – especialista em Africa

Brasília/DF, 22.04.2020

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