Câmara do Rio rejeita pedido de impeachment de Crivella

Em votação apertada nessa quinta-feira (03/09), a Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou abertura do processo de impeachment de Marcelo Crivella. Com placar de 25 a 23 a denúncia de infração político-administrativa contra o prefeito, feita pela deputada estadual Renata Souza (PSOL), não foi acolhida na Casa Legislativa.

A denúncia protocolada pela parlamentar, como eleitora do município, teve como base as reportagens da Rede Globo que revelou a atuação de comissionados, lotados no gabinete do prefeito, em grupos que ficam posicionados na porta de hospitais para impedir que a imprensa realize matérias criticando a gestão da saúde municipal.

De acordo com as matérias veiculadas pelo RJTV, os “Guardiões do Crivella” estavam mobilizados para atrapalhar a imprensa, impedindo a denúncia de problemas encontrados nas unidades de atendimento de saúde. As matérias mostram cenas de intimidação de pacientes e seus familiares que tentavam dar entrevistas como também, de ameaças e insultos proferidos contra jornalistas – principalmente da empresa Globo.

O vereador Paulo Messina (MDB), ex-secretário da Casa Civil de Crivella, destacou que comissionados do grupo identificados na porta dos hospitais municipais estão sendo pagos com dinheiro público, afirmando que “o governo Crivella virou uma milícia paga”.

Por sua vez, o parlamentar Babá (PSOL) alertou que o grupo estava nos hospitais não apenas para atrapalhar o trabalho da imprensa, mas para impedir que familiares obtivessem informações sobre seus entes. Para Caio Caiado (DEM), a atuação dessas pessoas contraria a constituição que garante a liberdade de expressão.

Apesar de lamentar o episódio e defender que o caso seja investigado, o doutor João Ricardo (PSC) acredita que o afastamento do prefeito vai ser decidido nas urnas. Já o vereador Thiago Ribeiro (DEM) demonstrou preocupação com abertura de um processo de impeachment faltando 71 dias para as eleições.

Outros posicionamentos contrários ao pedido de impeachment questionaram o viés político por detrás da denúncia, defendendo a independência do poder judiciário para prosseguir com as investigações. No entanto, a grande maioria entende que é responsabilidade da Casa apurar os fatos através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi aprovada um dia depois (04/09) da rejeição do pedido de impeachment.

Cleber Araujo – jornalista/RJ
Foto: internet

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