Processo de impeachment de Witzel é aceito por unanimidade na Alerj
Em decisão unânime a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) autorizou, nessa quarta-feira (23), o prosseguimento do processo de impeachment de Wilson Witzel (PSC). Dos 70 parlamentares, 69 votaram a favor da abertura do processo que dará início ao procedimento para apuração de crime de responsabilidade do governador do Rio. Apenas um deputado não votou.
Esse resultado reafirma a vulnerabilidade política do governador, que não conta mais com apoio dos parlamentares que usaram da sua reputação política e religiosa para ajudá-lo a chegar ao Palácio das Laranjeiras como um suposto político anticorrupção. Conforme indica a votação, Witzel deverá enfrentar esse processo sozinho.
Até mesmo o ex-líder do governo na Alerj, o deputado Márcio Pacheco (PSC), também votou favorável a aceitação do processo. O músico e missionário da Renovação Carismática Católica foi uma das lideranças religiosas mais empenhadas na campanha que elegeu a chapa Witzel e
Castro em 2018. Segundo ele, “em nenhum momento o governador se colocou aquém das investigações, inclusive dizendo publicamente que não temia nenhum tipo de investigação.
Essa é, de uma maneira muito própria, a forma dele se colocar à disposição deste parlamento”. Declarou Márcio.
Num desabafo, o deputado do PSL Anderson de Moraes aproveitou para reafirmar o compromisso da Casa com o anseio da população ao defender o prosseguimento do impeachment. “É um dia muito triste para mim porque ajudei na eleição do governador, mas ao mesmo tempo fico feliz com o compromisso do parlamento. São deputados comprometidos com os votos que receberam para chegar até aqui e, hoje, o anseio da população é que haja a abertura desse processo”. Disse Moraes.
O andamento desse processo, desde o seu início, revela que a permanência de Wilson Witzel a frente do governo do Rio é insustentável. Cabe a ele preparar sua defesa para apresentar a comissão especial que será indicada pelos partidos para avaliar a denúncia, numa situação praticamente irreversível.
Cleber Araujo – jornalista/RJ
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil