Foragido internacional é preso em Pernambuco no município de Sirinhaém


Na última segunda-feira (23) a Polícia Federal prendeu um foragido internacional, procurado pela justiça italiana, em Sirinhaém – município situado no litoral sul de Pernambuco. O homem preso é um italiano, cuja identidade não foi revelada, acusado de integrar uma organização criminosa e de praticar crimes de fraude fiscal – entre 2016 e 2019 – em valores que chegam a 80 milhões de euros. 

O mandado de prisão preventiva para extradição do suspeito foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do Escritório Central da Interpol no Brasil, que é representado pela Polícia Federal.

A efetivação da prisão desse foragido italiano é importante para mudar a perspectiva internacional em relação ao país, de que o Brasil é terra de bandidos. Inclusive, alguns filmes internacionais fazem essa referência ao introduzirem em seus roteiros as cidades brasileiras como possíveis locais de fuga para os seus vilões.

É bem verdade que existem situações que reforçam esse ponto de vista, como o caso de Ronald Biggs que ficou famoso por roubar o valor de 2,6 milhões de libras (2,9 milhões de euros) de um trem postal no Reino unido, em 1963. Condenado por esse crime, juntamente com os seus comparsas, o prisioneiro britânico conseguiu escapar da prisão encontrando no Brasil, em 1970, o refúgio para desfrutar a vida como celebridade – já que o caso do roubo e a fuga da prisão o deixaram famoso. Somente no ano de 2001 Ronald se entregou a justiça de seu país, por livre e espontânea vontade, vindo a falecer em dezembro de 2013 com 84 anos de idade.

É preciso exaltar o trabalho da Polícia Federal e dos promotores públicos que, na última década, vêm trabalhando para mudar essa imagem do Brasil ao deflagrar operações importantes que levaram à cadeia bandidos de colarinho branco: políticos e empresários brasileiros de renome que estavam acostumados a cometer crimes sem riscos de sofrerem consequências na justiça.

A mudança para conquistar o respeito internacional, e até mesmo do seu povo, começa com o devido julgamento dos crimes cometidos pelas elites do país, para deixar de existir uma justiça que interprete como prática criminosa apenas os delitos cometidos pela classe popular.

Cleber Araujo – jornalista/RJ
Foto: acervo PF
Editor chefe: Sandro de Moura
Fonte: Agência FNI

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