O risco da segunda onda da Covid-19 para a saúde econômica do Brasil
Desde que teve início o processo de flexibilização das atividades econômicas para retomada da normalização social – dentro da realidade e necessidade de cada unidade federativa – a saúde da economia brasileira deu sinal de melhoras após um longo período de asfixia pandêmica causada pelo novo coronavírus.
O crescimento recorde do número de novos postos de trabalho formais no mês de outubro – 395 mil vagas em todo país – é o primeiro laudo positivo para diagnosticar a recuperação do quadro clínico de um corpo social que começa a respirar sem ajuda de aparelhos.
Apesar da melhora, a situação do Brasil não está estável. O risco de uma recaída é iminente frente a uma segunda onda da Covid-19, que poderá ser ainda mais letal para um país que se encontra com seu sistema imunológico fragilizado devido ao primeiro surto da doença.
Tão importante quanto o desenvolvimento de uma vacina para salvar vidas é a elaboração de medidas protetivas para imunizar o sistema econômico contra esse terrível vírus que debilita todo o corpo social. Mas, dificilmente chegaremos a essa fórmula sem que haja diálogo entre as diferentes esferas governamentais.
Até que isso aconteça, estamos vulneráveis e sob o risco de falência múltipla dos órgãos públicos que já se encontram em estado avançado de deterioração pela falta de harmonia entre os poderes e pela radicalização política ideológica.
Cleber Araujo – jornalista/RJ
Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Editor chefe: Sandro de Moura