Lavagem do Bonfim – Salvador


Essa é uma das maiores festas religiosas populares que acontecem na Bahia

A Lavagem do Bonfim é feita sempre em uma quinta-feira de janeiro. Milhares de romeiros vão até o famoso Oxalá africano, como é conhecido o Santuário do Senhor do Bonfim. Há também promessas católicas de lavagens de igrejas e nelas os fiéis realizam a lavagem com água e flores de todas as escadarias de um templo.

As baianas derramam seus vasos com água de cheiro sobre as cabeças dos fiéis e também no adro da igreja, fazendo um ritual de esperança e de fé. A Lavagem do Bonfim destaca-se na sequência de festejos, sendo uma procissão quilométrica, com todas as pessoas vestidas de branco. Tudo acontece entre a igreja da Conceição da Praia e a igreja do Bonfim, no alto da Colina Sagrada. Aproximadamente 800 mil pessoas participam da procissão todos os anos.

Segundo historiadores a lavagem remete à limpeza que era realizada na basílica para a festa em louvor ao Senhor do Bonfim, desde o século XVII.

O cortejo das baianas sai por volta das 9h30, logo depois da missa ecumênica, muitas vão antes. Ao chegarem na Colina Sagrada, elas lavam a escadaria. E lá outra missa é celebrada no final da manhã. A festa, que tem mais de dois séculos, mobiliza milhares de fiéis, simpatizantes e turistas.

Quem é o Senhor do Bonfim no candomblé?

A lavagem da Igreja teve início em 1773, quando os integrantes de uma irmandade de devotos obrigaram os escravos a lavarem a Igreja como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim. Com o tempo, adeptos do candomblé passaram a identificar o Senhor do Bonfim como correspondente do orixá Oxalá.

Quando foi fundada a Igreja do Bonfim?

A construção da Igreja do Bonfim iniciou-se logo depois que Theodósio trouxe as imagens do Senhor do Bonfim e da Nossa Senhora da Guia para o Brasil, em 18 de abril de 1745. A imagem do Senhor do Bonfim era uma réplica daquela que estava em Setúbal, cidade natal de Theodósio.

Enquanto o templo estava em construção, as imagens foram depositadas na Capela da Penha. Como local para a construção da igreja foi escolhida uma colina que ficava em uma propriedade chamada Alto do Mont Serrat. Com o tempo, essa colina passou a ser conhecida como Colina do Bonfim.

Em 1754, as obras internas da Igreja do Bonfim ficaram prontas. No dia 24 de junho daquele ano, aproveitando os festejos juninos, a imagem do Senhor do Bonfim foi transferida, em uma procissão, da Capela da Penha para a Colina do Bonfim. As obras da igreja encerraram-se em 1772, quando as torres da Igreja do Bonfim foram finalizadas.

Quando a fita passou a fazer parte da devoção do Senhor do Bonfim?

Uma das tradições mais conhecidas da Festa do Bonfim é o ato de presentear uma pessoa com uma fita do Senhor do Bonfim. A fita é um amuleto muito conhecido dessa devoção e, de acordo com a tradição, deve ser colocada no pulso de uma pessoa. Cada fita deve conter nós, que simbolizam um pedido feito silenciosamente ao Senhor. Em geral, cada fita amarrada no pulso contém três nós. Acredita-se que os pedidos serão atendidos quando a fita se romper.

Esse costume começou a fazer parte da tradição do Senhor do Bonfim em 1809 e foi uma ideia de Manoel Antônio da Silva Servo, tesoureiro da devoção que procurava uma forma de aumentar a arrecadação de dinheiro para a adoração do Senhor do Bonfim.

Na época, as fitas eram chamadas de medida, já que tinham o mesmo tamanho do braço direito do Senhor do Bonfim. Por isso, as fitas produzidas no século XIX chegavam a ter 50 centímetros de comprimento. Eram produzidas de algodão e usadas de diversas formas, como decoração, proteção, marcador de livros etc.

Atualmente, as fitas são produzidas de maneira bem diferente. Geralmente, são feitas de poliéster e possuem um tamanho bem menor do que o observado no século XIX. As fitas do Senhor do Bonfim também têm uma forte relação com o sincretismo religioso, pois suas cores podem estar relacionadas com orixás oriundos de religiões de matriz africana.

Gastronomia

O encerramento da celebração, que tem como significado a purificação, é uma oportunidade para se deliciar com pratos típicos, como o famoso acarajé – um bolinho de feijão frito em azeite de dendê com recheio de vatapá, um creme à base de camarões, leite de coco e amendoim.

Por: Sandro de Moura

Fonte: portalemfoco.com.br

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